Nos Postos de Saúde não têm divãs por duas razões: a primeira de ordem material e a segunda de ordem teórica e técnica.
No que se refere à primeira, como é de conhecimento de todos, no Brasil se esbarra na questão da carência de recursos materiais, quando não de profissionais. Assim, entre um divã e uma máquina de autoclave, é provável que o Gestor Público adquira o segundo, tão necessária para a esterilização dos instrumentos utilizados por médicos e dentistas.
Quanto à razão de ordem teórica e técnica se justifica, pois nem todos os psicólogos que trabalham em Postos de Saúde são psicanalistas. No entanto, a ausência do divã não impede que ocorram a transferência e a escuta analítica, uma vez que estas não são delimitadas pelo espaço físico/mobília, mas sim pela relação analista-analisante. Portanto, o que difere uma sessão particular da ambulatorial é que o corte da relação especular, que marca a entrada em análise, no consultório particular se dá com a indicação do divã. Já no ambulatório, como essa mobília normalmente está ausente, esse corte ocorre pelo desvio do olhar ou pelo virar da cadeira, indicado pelo analista, quando o paciente lhe fala de seu desconforto em falar sendo olhado. Portanto, o tratamento psicanalítico no ambulatório se dá em iguais condições que aquele do consultório privado, pois existe um que deseja escutar (o analista) e outro que demanda ser escutado (o analisante). Ademais, não se pode pensar que a transferência existe somente onde há divã. Pensar dessa forma, a meu ver, é desconsiderar a existência do inconsciente e transformar essa mobília não mais em instrumento de trabalho, mas em Totem.
A respeito do uso do divã indico como leitura: 1) FREUD. O início do Tratamento, 1913 em Obras Completas; 2) FIGUEIREDO. Vastas Confusões Atendimentos Imperfeitos, 1997. 3) QUINET. As 4 + 1 Condições da Análise, 1997; 4) MORETTO. O que pode um analista no Hospital?, 2002.
No que se refere à primeira, como é de conhecimento de todos, no Brasil se esbarra na questão da carência de recursos materiais, quando não de profissionais. Assim, entre um divã e uma máquina de autoclave, é provável que o Gestor Público adquira o segundo, tão necessária para a esterilização dos instrumentos utilizados por médicos e dentistas.
Quanto à razão de ordem teórica e técnica se justifica, pois nem todos os psicólogos que trabalham em Postos de Saúde são psicanalistas. No entanto, a ausência do divã não impede que ocorram a transferência e a escuta analítica, uma vez que estas não são delimitadas pelo espaço físico/mobília, mas sim pela relação analista-analisante. Portanto, o que difere uma sessão particular da ambulatorial é que o corte da relação especular, que marca a entrada em análise, no consultório particular se dá com a indicação do divã. Já no ambulatório, como essa mobília normalmente está ausente, esse corte ocorre pelo desvio do olhar ou pelo virar da cadeira, indicado pelo analista, quando o paciente lhe fala de seu desconforto em falar sendo olhado. Portanto, o tratamento psicanalítico no ambulatório se dá em iguais condições que aquele do consultório privado, pois existe um que deseja escutar (o analista) e outro que demanda ser escutado (o analisante). Ademais, não se pode pensar que a transferência existe somente onde há divã. Pensar dessa forma, a meu ver, é desconsiderar a existência do inconsciente e transformar essa mobília não mais em instrumento de trabalho, mas em Totem.
A respeito do uso do divã indico como leitura: 1) FREUD. O início do Tratamento, 1913 em Obras Completas; 2) FIGUEIREDO. Vastas Confusões Atendimentos Imperfeitos, 1997. 3) QUINET. As 4 + 1 Condições da Análise, 1997; 4) MORETTO. O que pode um analista no Hospital?, 2002.
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