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Ana Cleide L.Lima,aluna de psicologia.Sinta-se à vontade aqui no meu cantinho e não esqueça de deixar um recadinho com o nome do seu blog ou e-mail pra que eu possa retribuir a visita. Volte sempre!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Como lembrar dos sonhos: Estudos sobre os sonhos

        O sonho é uma experiência própria do ser humano estudado nas mais diversas épocas e diferentes culturas. Desde há antigüidade até os dias de hoje, muito tem se pesquisado sobre o mundo dos sonhos tanto dentro do âmbito religioso quanto no científico.
          Podem-se encontrar relatos que revelam as crenças e a misticidade dos sonhos em livros religiosos como a Bíblia que possui mais de setenta passagens tratando do assunto, como estará citado a seguir, o Alcorão (livro sagrado dos maometanos) visto que grande parte de seus escritos foram revelados a Maomé em forma de sonho e até mesmo no Talmud (leitura rabínica) sendo que os sonhos aparecem como algo que precisa ser revelado, pois contém efeitos transmutadores (FROMM, 1951)
          A Bíblia mostra que o sonho durante muito tempo foi uma forma de comunicação entre Deus e os homens e que através deles, muitos conteúdos sobre a vida futura eram revelados. O caráter premonitório dos sonhos aparece em várias passagens Bíblicas como esta: “E aconteceu que, ao fim de dois anos inteiros, Faraó sonhou, e eis que estava em pé junto ao rio, e subiam ao rio sete vacas formosas e gordas de carne, e pastavam. E eis que subiam do rio após elas, outras sete vacas feias e magras de carne; e paravam junto às outras vacas no pasto. E as vacas feias e magras, comiam as sete vacas formosas e gordas. Então acordou o Faraó. Chamou o Faraó um garoto de nome José para que interpretasse seu sonho e assim foi feito. Disse José ao Faraó: O sonho do Faraó é o que Deus fará. As sete vacas formosas são sete anos de muita fartura que o Egito enfrentará e as sete vacas magras e feias são os sete anos de fome e miséria que se sucederá” (Bíblia Sagrada, 1969, p. 47, antigo testamento).
         Na Idade Média, o sonho passou a ser encarado como portador de uma força cognitiva em relação aos fatores da realidade externa objetiva, especialmente o Futuro, o Além e as verdades do relacionamento do homem com o divino, que, de outra forma seriam inacessíveis (WOLFF, 1985).
          Segundo a Dra. VON FRANZ em seu livro O Caminho dos Sonhos (1988), na virada do século, os pioneiros da Psicologia não descobriram a importância dos sonhos. Eles a redescobriram. Muitas civilizações antigas levavam extremamente a sério seus sonhos. Por ironia, muita gente que hoje rejeita os sonhos como algo sem sentido, sem saber, aceita e segue valores espirituais, crenças e tradições que se originam diretamente dos sonhos de indivíduos que viveram há milhares de anos. Durante toda a história religiosa da cultura judeu-cristã os sonhos tiveram um papel central na determinação do destino da humanidade.
          Existem até mesmo autobiografias importantes centradas em sonhos: a primeira, de um médico de Bagdá, Ibn AL-Banña de 1068 e é composta de vinte e três sonhos e suas interpretações, a outra, é do historiador damasceno ABN Shama de 1260. Já se tratando do mundo científico, encontra-se Freud que em 1900 lança uma de suas principais obras “ A interpretação dos sonhos” em que descreve a forma como a psique se protege e satisfaz-se durante o sonho. Freud indica que do ponto de vista biológico, a função do sonho é permitir que o sono não seja perturbado. Sonhar é uma forma de canalizar desejos não realizados através da consciência sem despertar o corpo. Freud considera o sonho como um guardião do sono, ao permitir a satisfação parcial dos desejos inconscientes reprimidos. Seria uma forma de manifestação dos impulsos que estão sob pressão da resistência durante a vigília e que podem liberar-se durante o relaxamento do sono. A lembrança dos sonhos não é apenas fragmentária, mas decididamente imprecisa e falsificada e, muitas vezes, ao despertar, as imagens são fracas e pouco inteligíveis. O esquecimento dos sonhos está a serviço da resistência. Parte da dificuldade de fornecer uma descrição dos sonhos se deve ao fato de se traduzir as imagens em palavras ( WOLFF, 1985).

Psicologia Hospitalar: Atendimento psicológico à família do paciente internado

           O psicólogo da instituição hospitalar deve ter sempre em mente que seu trabalho envolverá tanto o atendimento do paciente quanto da família, pois esta fica estressada, quer ouvir e ser ouvida quer perguntar e ter respostas, informar, criticar, duvidar, atacar e pedir.  Durante o tratamento em geral ela colabora, mas pode também atrapalhar quando está ajudando, acaba por ser em algumas vezes, invasiva também (Neder, 1992).
          A família do paciente ao longo do tratamento também vai ficando confusa e sente-se impotente.  Neste contexto faz-se necessária uma ação conjunta do psicólogo com outros profissionais (médicos, enfermeiras, assistente social e outros) (Neder, 1992).
          A família pode ser um recurso útil para o enfrentamento da doença pelo paciente, desde que bem informada e proporcionando uma atuação positiva. A experiência de “estar doente”, o desconforto físico e psicológico frente às dores relacionadas à doença, as limitações que dela derivam juntas implicam  em  aspectos psicológicos que levarão o paciente a reavaliar seus valores de vida, refletir sobre a invalidez e a morte.      Dependendo do grau e intensidade desse pensamento este paciente corre o risco de ter associado um quadro depressivo (Fráguas Jr.,1993).

Como enfrentar o câncer: Aspectos psicológicos para enfrentamento do câncer

          “O câncer não é apenas uma doença traiçoeira, mas também democrática. Ataca sem preconceito de idade, raça, sexo, religião, classe social, sendo esse também um dos seus aspectos mais perversos, principalmente quando atinge crianças e jovens saudáveis” (Barbosa, 2003, p.17).

          Quando o câncer é diagnosticado em uma pessoa do grupo social do qual pertencemos, normalmente o que ocorre é um afastamento tanto do doente como de seus familiares. O paciente com câncer, em tratamento ou mesmo após receber um diagnóstico favorável, fica estigmatizado pela sociedade, como uma marca que sempre será referenciada quando o citarem (Ribeiro, 1994, apud Carvalho, 1994, p.208).

          O estigma em relação ao câncer é uma realidade, sendo que “a palavra câncer não é pronunciada quando as pessoas referem-se ao doente e à doença” (Ribeiro,1994, apud Carvalho,1994, p.208).

          Para Goffman (1988) o termo estigma é “usado em referência a um atributo profundamente depreciativo” (p.13).

          O estigmatizado passa a ser uma pessoa desacreditada quando o seu problema físico é revelado ou quando é imediatamente evidente. Dessa forma, o estigma fica socialmente caracterizado quando “um indivíduo que poderia ter sido facilmente recebido na relação social quotidiana possui um traço que se pode impor à atenção e afastar aqueles que ele encontra, destruindo a possibilidade de atenção para outros atributos seus” (Goffman, 1988, p.14).

          Segundo o mesmo autor, uma pessoa estigmatizada, seja qual for o defeito físico ou doença crônica, terá várias reações perante a sociedade. Poderá tentar provar que seu problema ou doença não o incapacita de viver normalmente como qualquer outra pessoa, mesmo tendo algumas  limitações, dificuldades ou até a necessidade de cuidados especiais.

          Por outro lado, pessoas estigmatizadas também poderão usar o seu estigma para ganhos secundários, como desculpar-se pelos fracassos que obtiveram.

          Há o estigmatizado que “pode, também, ver as privações que sofreu como uma bênção secreta, especialmente devido à crença de que o sofrimento muito pode ensinar a uma pessoa sobre a vida e sobre as outras pessoas” (Goffman, 1988).

          Acreditamos haver o estigma em relação à doença e ao doente quando nos referimos ao câncer onde todos esses aspectos apresentados estão presentes.

FOBIA SOCIAL: COMO ANALISAR E TRATAR PESSOAS COM FOBIA SOCIAL

Fobia social: como entender os comportamentos do fóbico social:
          Os comportamentos decorrentes da fobia social são o medo e ansiedade exagerados produzidos por situações sociais, considerando o nervosismo e a sensação de timidez; os sintomas fisiológicos; os pensamentos negativos e auto-depreciativos; e a percepção do fóbico social focada nos sintomas físicos eliciados pelas situações ansiogênicas.
         Outro padrão comportamental próprio de indivíduos que sofrem de transtornos de ansiedade é a esquiva fóbica, que é caracterizada pela emissão de respostas que venham a diminuir ou extinguir o contato com o estímulo aversivo, podendo ser dividida em esquiva – comportamento que posterga o contato com o estímulo aversivo – e fuga – comportamento emitido depois de estar em contato com o estimulo aversivo, eliminando-o ou diminuindo sua intensidade. No caso da fobia social, esse tipo de comportamento ocorre em indivíduos que contratam professores particulares ao invés de ir à escola, ou mudar a trajetória do caminho que está fazendo para evitar o contato com um grupo de conhecidos, indivíduos que se locomovem apenas com carros alugados ou taxis, evitando o uso de transportes coletivos.
          O Psicólogo ou analista do comportamento para entender o comportamento-problema do paciente, deve entender quais a variáveis que estão mantendo o comportamento no momento da queixa – microanálise – e se faça uma pesquisa sobre as contingências que levaram ao surgimento desse comportamento, englobando a história de reforçamentos e condicionamentos do sujeito em questão – macroanálise. Essa microanálise ocorrerá durante a terapia e é nessa contingência que o terapeuta procurará interferir de modo a modificar os comportamentos indesejados, instaurando um novo repertório de comportamentos e, na medida do possível, modificando os contextos nos quais esses tipos de comportamentos são emitidos.

Perfil do Psicopata: Comportamentos do psicopata – Cuidados nos relacionamentos pela internet

          Conhecer o Perfil do psicopata e os comportamentos que podem indicar sinais de um relacionamento perigoso que muitas vezes somente são percebidos após um longo e desgastante conflito e sofrimento.
Comportamentos do psicopata/primeiros sinais: “Esses começam a ser mostrados com o passar do tempo, principalmente se a mulher não faz o que ele pede, se ela se impõem ou se mostra contra as vontades dele. Aí podem surgir ataques de ira, violência com tapas e pontapés e um sadismo exacerbado e muito latente”
          No filme Dormindo com o inimigo (1981), Martin Burney (Patrick Bergin) parecia ser o homem dos sonhos de Laura (Julia Roberts): bonito, bem-sucedido e sedutor. Mas depois de casada, ela descobre o verdadeiro Martin, o pior pesadelo de uma mulher: compulsivo, dominador e perigosamente violento.
          Os filmes de Hollywood não nos assustam e surpreendem mais, a cada dia 10 mulheres brasileiras são mortas de forma brutal por seu companheiro, seja marido, namorado ou ex-amante.
          A mídia exibe casos terríveis de crimes passionais todos os dias e uns ganham mais holofotes como o caso Elisa Samudio, Mércia Nakashima e outros.
          É importante ressaltar o perfil do inimigo, pois muitas mulheres são mortas por não conseguirem detectar nenhum perigo à sua volta. Quando percebem que algo está errado, fazem BO, mas nada acontece, isso porque temos uma lei que não é aplicada de forma correta e devida (*Maria da Penha).
          Esses inimigos que as mulheres acolhem, mimam e desejam em suas vidas, muitas vezes são psicopatas; termo usado pela psiquiatria para descrever o indivíduo frio, sem sentimento amoroso pelo próximo, com ausência total de culpa, remorso ou solidariedade.
          É de extrema importância ressaltar que o psicopata não é doente, ele é um indivíduo frio e sádico, extremamente lúcido e sabe exatamente como agir com suas vítimas.
          A maioria deles não irá matar, mas aplicará golpes financeiros em suas parceiras e buscarão uma próxima vítima.
          Escolhem suas vítimas pela vulnerabilidade, principalmente mulheres carentes, frágeis de atenção e com auta estima baixa. Detectando a vítima, ele vai ao ataque.
          Ele procura conquistá-la, fingindo ser amoroso, romântico ao extremo e extremamente apaixonado. Hoje em dia com a facilidade tecnológica da internet é muito fácil para esses predadores escolheres suas vítimas. Basta entrar em uma sala de bate-papo e escolher a mulher mais carente que achar para iniciar seu jogo cheio de charme e sedução.
          Os sinais começam a ser mostrados com o passar do tempo, principalmente se a mulher não faz o que ele pede, se ela se impõem ou se mostra contra as vontades dele. Aí podem surgir ataques de ira, violência com tapas e pontapés e um sadismo exacerbado e muito latente.
          Após o ataque não há culpa, mas provavelmente ele fingirá a culpa para poder reatar, dizendo que não teve a intenção; fingirá um arrependimento enorme e chorará pedindo perdão. A maioria das mulheres continua com esses homens após serem espancadas e agredidas fisicamente e verbalmente, tentando justificá-los a qualquer preço ou entrando no processo neurótico de que são as únicas capazes de modificá-los.
          É importante saber quebrar os laços no primeiro sinal de perigo, lembrando-se sempre: Ninguém modifica um psicopata, nenhuma mulher, nenhum psiquiatra, nenhuma prisão; são seres imutáveis, ervas daninhas que devem estar fora do convívio da sociedade.
Perfil do psicopata
          Descrita pela primeira vez em 1941 pelo psiquiatra americano Hervey M. Cleckley, do Medical College da Geórgia, a psicopatia consiste num conjunto de comportamentos e traços de personalidade específicos. Encantadores à primeira vista, essas pessoas geralmente causam boa impressão e são tidas como “normais” pelos que as conhecem superficialmente.
          No entanto, costumam ser egocêntricas, desonestas e indignas de confiança. Com frequência adotam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto pelo fato de se divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa. Nos relacionamentos amorosos são insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos.

Transtornos de personalidades

Personalidade é definida pela totalidade dos traços emocionais e de comportamento de um indivíduo (caráter). Pode-se dizer que é o "jeitão" de ser da pessoa, o modo de sentir as emoções ou o "jeitão" de agir.
Um transtorno de personalidade aparece quando esses traços são muito inflexíveis e mal-ajustados, ou seja, prejudicam a adaptação do indivíduo às situações que enfrenta, causando a ele próprio, ou mais comumente aos que lhe estão próximos, sofrimento e incomodação. Geralmente esses indivíduos são pouco motivados para tratamento, uma vez que os traços de caráter pouco geram sofrimento para si mesmos, mas perturbam suas relações com outras pessoas, fazendo com que amigos e familiares aconselhem o tratamento. Geralmente aparecem no início da idade adulta e são cronificantes (permanecem pela vida toda) se não tratados.
As causas destes transtornos geralmente são múltiplas, mas relacionadas com as vivências infantis e as da adolescência do indivíduo.
O tratamento desses transtornos é bastante difícil e igualmente demorado, pois em se tratando de mudanças de caráter, o indivíduo terá de mudar o seu próprio "jeito de ser" para que o tratamento seja efetivo.
Existem muitos tipos desses transtornos, como se vê a seguir:
 
Transtorno de Personalidade Paranóide:

Indivíduos desconfiados, que se sentem enganados pelos outros, com dúvidas a respeito da lealdade dos outros, interpretando ações ou observações dos outros como ameaçadoras. São rancorosos e percebem ataques a seu caráter ou reputação, muitas vezes ciumentos e com desconfianças infundadas sobre a fidelidade dos seus parceiros e amigos.
Transtorno de Personalidade Esquizóide:

Indivíduos distanciados das relações sociais, que não desejam ou não gostam de relacionamentos íntimos, realizando atividades solitárias, de preferência. Pouco ou nenhum interesse em relações sexuais com outra pessoa, e pouco ou nenhum prazer em suas atividades. Não têm amigos íntimos ou confidentes, não se importam com elogios ou críticas, sendo frios emocionalmente e distantes.
Transtorno de Personalidade Esquizotípica:

Indivíduos excêntricos e estranhos, que têm crenças bizarras, com experiências de ilusões e pensamento e discurso extravagante. Falta de amigos e muita ansiedade no convívio social.
Transtorno de Personalidade Borderline:

Indivíduos instáveis em suas emoções e muito impulsivos, com esforços incríveis para evitar abandono (até tentativas de suicídio). Têm rompantes de raiva inadequada. As pessoas a sua volta são consideradas ótimas, mas frente a recusas tornam-se péssimas rapidamente, sendo desconsideradas as qualidades anteriormente valorizadas.
Transtorno de Personalidade Narcisista:

Indivíduos que se julgam grandiosos, com necessidade de admiração e que desprezam os outros, acreditando serem especiais e explorando os outros em suas relações sociais, tornando-se arrogantes.
Transtorno de Personalidade Anti-social:

Indivíduos que desrespeitam e violam os direitos dos outros, não se conformando com normas. Mentirosos, enganadores e impulsivos, sempre procurando obter vantagens sobre os outros. São irritados, irresponsáveis e com total ausência de remorsos, mesmo que digam que têm, mais uma vez tentando levar vantagens.
Transtorno de Personalidade Histriônica:

Indivíduos facilmente emocionáveis, sempre em busca de atenção, sentindo-se mal quando não são o centro das atenções. São sedutores, com mudanças rápidas das emoções. Tentam impressionar aos outros, fazendo uso de dramatizações, e tendem a interpretar os relacionamentos como mais íntimos do que realmente são.
Transtorno de Personalidade Obsessivo-Compulsiva:

Indivíduos preocupados com organização, perfeccionismo e controle, sempre atento a detalhes, listas, regras, ordem e horários. Dedicação excessiva ao trabalho, dão pouca importância ao lazer. Teimosos, não jogam nada fora ("pão-duro") e não conseguem deixar tarefas para outras pessoas.
Transtorno de Personalidade Esquiva:

Indivíduos tímidos (exageradamente), muito sensíveis a críticas, evitando atividades sociais ou relacionamentos com outros, reservados e preocupados com críticas e rejeição. Geralmente não se envolvem em novas atividades, vendo a si mesmos como inadequados ou sem atrativos e capacidades.
Transtorno de Personalidade Dependente:

Indivíduos que têm necessidade de serem cuidados, submissos, sempre com medo de separações. Têm dificuldades para tomar decisões, necessitam que os outros assumam a responsabilidade de seus atos, não discordam, não iniciam projetos. Sentem-se muito mal quando sozinhos, evitando isso a todo custo.

O tratamento desses transtornos baseia-se na Psicoterapia (de orientação analítica ou comportamental na maioria dos casos) e Psicanálise. Algumas vezes deve-se também tratar outros transtornos que se desenvolvem juntamente com esses, e na maioria das vezes, por causa desses. Aparece comumente depressão e ansiedade associados a esses transtornos. A procura pelo atendimento é geralmente estimulada pelos amigos e familiares, que são muito mais incomodados pelo transtorno que o próprio indivíduo. Não se pode esquecer que muitas dessas características fazem parte dos traços normais de muitos indivíduos, e somente quando esses traços são muito rígidos e não adaptativos é que constituem um transtorno.

sábado, 4 de junho de 2011

Psicologia?

Como o blog se chama PSICOLOGIA'S e essa é a minha verdadeira paixão, vou falar hoje um pouco sobre ela, já que algumas pessoas que chegarem aqui podem não ter um conhecimento maior sobre ela...
Bom pra começar, a palavra psicologia vem do GREGO, formada por dois prefixo: Psique quer dizer ALMA OU MENTE, e Logos que significa ESTUDO, RAZÃO OU PALAVRA.
No entanto afirma-se que a psicologia é a ciência que estuda o comportamento (tudo o que um organismo faz) e os processos mentais (experiências subjetivas inferidas através do comportamento). O principal foco da psicologia se encontra no indivíduo, em geral humano. O profissional de psicologia é chamado de PSICÓLOGO.O psicólogo estuda os processos mentais, os fenômenos psíquicos e do comportamento humano.
Ele diagnostica, previne e trata distúrbios emocionais e de personalidade. Reúne, interpreta e aplica dados científicos relacionados aos mecanismos mentais e ao comportamento.
Está apto a medir capacidades físicas e mentais. Analisa os efeitos da hereditariedade e do meio ambiente no homem. O que mais tem ocupado os profissionais, nos últimos anos, é o estudo do stress.
Um dos campos de atuação do psicólogo é o consultório particular; Atualmente há espaço nas áreas de psicologia escolar, saúde, empresas, sociais, jurídica, etc
“Estamos passando por uma série de mudanças no mercado de trabalho, as quais estão contribuindo para o surgimento de novas alternativas de atuação. Essas alternativas estão no terceiro setor, nas ONGs – Organizações Não Governamentais, com projetos de atendimento à população e ao trabalhador, visando a melhoria da qualidade de vida.

Mudar sem Medo



Sempre vejo pessoas se queixando da situação, da estagnação de suas vidas e dos problemas recorrentes. Isso até parece um modismo: queixar-se do que desagrada. Fica o alerta: não tem coisa melhor do que este comportamento para afugentar amigos!

Brincadeiras a parte, fico pensando o porquê de tanta reclamação. A primeira coisa que vem à mente é por quê isso perdura? A resposta chega rapidamente: mudar e tentar algo novo é explicado como: “difícil”, “arriscado nesses tempos”, “estou sem tempo, é melhor deixar como está”, e outras alegações nada criativas.

Será que é tudo isso mesmo? Não, não é. Uma porque quando queremos – seja por um grande amor, seja por uma grande dor – mudamos. Quem já não ouviu a história da mulher que ficou viúva (ou abandonada, ou qualquer outra causa que deu sumiço no marido) e com “n” filhos para criar, descobriu em si mesma uma energia de progresso que deu uma reviravolta na vida dela e de quem estava ao redor? Ou do workaholic que descobriu ser portador de doença grave, mudou radicalmente de vida e passou a gerenciar uma pousada no Nordeste?

Mas não é preciso tudo isso para mudar, ou será que sim?

Nas minhas considerações, ainda há muita preguiça por parte do ser humano quanto a buscar soluções que implicam no risco de acertar. Afinal, após uma certa idade, achamos que sabemos todas as respostas, e o que ainda não foi inventado não é da nossa competência. O curioso é que a cada dia vemos novidades audaciosas, histórias que parecem saídas da imaginação mais mirabolante possível tomarem as páginas dos jornais em destaque. Contraditório, não é mesmo?

Desacomodar. Como é ruim fazer diferente do que estamos acostumados...

Mas o mundo está aí, e se os queixosos não se mexerem rapidamente, nem o espaço deles continuará no mesmo lugar.

Vejo que muitos deles nem sempre foram assim: houve um dia no qual eles eram curiosos, ávidos por novidades, experiências e riscos que, em sua imaginação, nunca trariam problemas. Foi na infância. Foi na adolescência. Foi nos arroubos da juventude.

Quantos dos atuais queixosos não fizeram loucuras por amor, ou por uma oportunidade profissional. Agora, se alguma coisa induz ao movimento, ao risco do novo, estes se fecham com o conhecimento de sua “grande” sabedoria.

É claro que você, que está lendo isso, não é assim! (por favor, concorde!)

Você deve ser aquele tipo de pessoa que não espera as coisas ficarem difíceis, quase insustentáveis, para modificar o estado de coisas. Até porque você é curioso, às vezes xereta, como queiram, mas aberto ao que o novo pode proporcionar.

Você sabe que a dor modifica as pessoas, mas já passou da fase de sentir a água chegar no pescoço para então se mexer. Você muda pelo amor ao progresso e à prosperidade, assuntos que são uma constante na sua vida.

Você se orgulha secretamente de ter muita história para contar dos momentos em que arriscou e deu certo, e dá risada das tentativas que viraram “causos” e “micos”. Até porque mesmo malsucedidas, fizeram com que você pudesse colorir sua vida. E agora, tem mostrado aos outros – aqueles queixosos – que a felicidade que está sendo construída por você a cada dia é o melhor retorno que pode ser dado a essas pessoas. Você muda e não tem medo de mudar.

Mesmo porque a única coisa imutável é a onda de mudanças.

Entretanto, se você sente que ainda falta coragem para mudar, ou para começar, comece já. Abra sua cristalizada forma de pensar para o que é diferente. Já pensou em andar para trás, só para movimentar os músculos das panturrilhas? Ou comer com a mão esquerda, se for destro? É um detalhe que abre a percepção.

Se ainda faltam argumentos, pense em como será sua vida quando for mais feliz da rotina que tem. Ainda é pouco? Pense em quantas pessoas podem fugir de você por continuar irredutível em suas convicções e constantes queixumes... Comece e perca o medo de mudar. Para concluir, vou deixar uma frase que li no meio de um supercongestionamento na Marginal Pinheiros, há um tempo atrás. Era o outdoor de uma bebida. Estava escrito assim: “Viver é desenhar sem borracha”.

Que você vai errar muitas vezes vai, mas terá muito mais chances de acertar e fazer aquele desenho bonito que dará sentido na sua vida.

Dependência do telefone celular pode causar distúrbio

Nova fobia que já atinge 20% da população é mais comum em jovens

Sensações de ansiedade, desamparo, angústia, impotência e até sintomas físicos de pânico, como taquicardia e sudorese. Essas manifestações tão típicas de uma síndrome deflagrada por um hábito extremamente recente: o uso do celular e outros equipamentos tecnológicos que permitem a comunicação. Os sintomas aparecem quando a pessoa não está com os aparelhos ou, por algum outro motivo, está impossibilitada de se comunicar por meio deles. O fenômeno tem sido denominado pelos especialistas de nomofobia, que significa no mobile – ou medo de estar sem “mobilidade”. “Muita gente não consegue se desprender da tecnologia deixa os aparelhos ligados 24 horas por dia, inclusive enquanto dorme”, diz o psicólogo Cristiano Nabuco, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), ligado à Secretaria de Estado da Saúde. Ele ressalta que a nomofobia diz respeito também a outros equipamentos tecnológicos que deixam as pessoas conectadas, como computadores e notebooks.

Só no Brasil existem hoje mais de 250 milhões de aparelhos de telefonia móvel vendidos. “Esse número é impressionante, principalmente porque é maior que a população. Isso mostra como as pessoas estão cada vez mais dependentes e passaram a usar mais de um telefone”, afirma o psicólogo acrescentando que antigamente as janelas das casas eram grandes, pois era uma forma de se comunicar com o mundo. “Hoje as janelas estão cada vez menores e as TVs maiores, é um novo jeito de se conectar com o mundo”. Obviamente o problema não está no celular (ou nas outras tecnologias), mas na relação de dependência que se estabelece com os objetos, em razão de questões internas não resolvidas.

Segundo Nabuco, os mais suscetíveis a essa manifestação são os jovens. Ele ressalta que existem hábitos que podem alertar para a propensão ao problema, em especial em relação ao telefone móvel, que é de uso mais comum: abandonar tudo o que faz para atender o chamado; nunca deixar o aparelho sem bateria; não carregar o celular na bolsa, bolso ou similares (prefere levá-lo na mão para que possa atender imediatamente); se esquecer o aparelho em casa voltar de onde está para pegá-lo; sentir-se angustiado quando acaba a bateria, quando perde o aparelho ou pensa que perdeu.
*retirado http://www.psicologado.com
Escrito por Revista Viver Mente e Cerebro

Ser Normal??

Fico pensando se, quando nascemos, Deus nos deu de presente a “anormalidade”...
Sim, porque quando nascemos e, damos a primeira respirada, começamos a interagir com o mundo à nossa volta e com as pessoas que fazem parte deste mundo. Mas, com o passar do tempo, já com certa idade, este mesmo mundo que nos recebeu passa a ditar normas tais como: não pode fazer isso, precisa respeitar os outros, não diga palavrão porque é feio, isso não é coisa de menino(a) brincar, trabalhe muito e sempre bem, seja estável, não grite e, por aí vai...
Estas normas passam a virar padrões, moldes e, infelizmente, muitas vezes, valores! E, começam a apertar... Porque, para caber em moldes, só apertando mesmo. E começa a faltar o ar... E, junto com o ar, começa a faltar a saúde, a criatividade, a mudança, a trans-formação natural de qualquer ser humano. E, esta trans-formação, começa lá na hora do nascimento. Por isso pergunto mais uma vez: será que Deus nos deu a anormalidade e nós esquecemos dela durante nosso crescimento?
Sim, porque enquanto crescidos, vamos ficando parecidos uns com os outros – ou pelo menos tentando, para sermos normais!
Eu já tentei ser normal grande parte da minha vida. Talvez a maior parte dela. Sabe o que eu ganhei com isso? Perdi tempo, saúde, amor próprio, e um tanto de coisas boas que só a anormalidade traz.
A meu ver, a normalidade é doida, as pessoas normais são malucas, medíocres, pobres de conhecimentos e experiências, e fúteis, porque ficam o tempo todo querendo se parecer ou ter alguma coisa que seja comum.
Mas, o SER HUMANO é único. Cada um é cada um.
E viva a anormalidade!!! Que a cada dia você seja cada vez mais feliz e cada vez você mesmo – totalmente ANORMAL!

MENTIRA

Em algumas ocasiões parece haver certa vontade social de envolver a psiquiatria na questão da mentira, notadamente quando alguma pessoa mente descaradamente, ou imotivadamente, compulsivamente e, principalmente, quando sua atitude mentirosa causa frustrações ou aborrecimentos em outros que não “merecem” tais mentiras. “– Doutor, além de tudo, essa pessoa mente descaradamente...”, costumam se queixar os familiares que acompanham essas pessoas mentirosas ao psiquiatra.

Mas a psiquiatria não se baseia na análise isolada das atitudes. Para a psiquiatria importa o conjunto da situação existencial na qual se insere a pessoa, interessa sim os sentimentos, pensamentos e propósitos que acompanham suas atitudes. Dessa forma, por si só, a mentira não é suficiente para pensar em diagnósticos.

Pesquisas mostram que todos mentem de uma forma ou outra e, assim sendo, a dificuldade da psiquiatria está em descobrir qual é a mentira patológica e qual é a mentira, por assim dizer, fisiológica.

Veremos ainda que existe a mentira institucional, aquela dos políticos, dos programas de governo, de instituições. São mentiras já mais ou menos aguardadas e socialmente sabidas como mentiras e mesmo assim com peso de verdade. “– Nosso programa de desenvolvimento ecológico pretende, até o final do ano, controlar totalmente as queimadas...” “– Senhores passageiros, a aeronave deve voltar ao aeroporto de partida por um pequeno problema na ventilação, estamos circulando o aeroporto para esgotar todo combustível antes do pouso” “– Toda corrupção será apurada...”

Pelas curiosidades em torno desse tema, talvez seja importante estudarmos um pouco a mentira em si, como fenômeno de falseamento da verdade, de oposição à veracidade, como mecanismo de conveniência e convivência social, de estratégia de sucesso, como planejamento político, enfim, como habilidades de sobrevivência do ser humano (e parece não ser monopólio do ser humano).

A Mentira
A mentira não deve ser entendida como uma espécie de contrário da verdade. Ética e moralmente a mentira está muito mais relacionada à intenção de enganar do que ao teor de deturpação da verdade e, juridicamente, a mentira está relacionada ao dolo ou prejuízo que causa a outra pessoa.

A mentira não é apenas invenção deliberada, uma ficção, pois nem toda ficção ou fábula é sinônimo de mentira. Não pode ser mentira a literatura, a arte ou mesmo a demência (sintoma da confabulação). A intencionalidade é que define a mentira, estabelece o dano ou dolo.

Assim sendo, não mente quem acredita naquilo que diz, mesmo que isto seja falso. Santo Agostinho declara que “Quem enuncia um fato que lhe parece digno de crença ou acerca do qual forma opinião de que é verdadeiro, não mente, mesmo que o fato seja falso”.

Considerarmos todas as formas de mentira, desde a mentira convencional de dizer Bom Dia às pessoas sem que, necessariamente, ansiamos para que ela tenha realmente um bom dia, passando pela mentira humanitária de consolar o moribundo, pela mentira carinhosa de achar que aquele vestido ficou muito bem na pessoa amada, o Papai Noel, ou a mentira por omissão, seja ela médica, política ou policial, enfim, todas essas maneiras de dissimular a verdade, entendemos melhor as pesquisas que mostram a mentira presente em todas as pessoas.

Mas, é o propósito com que falamos alguma coisa que definirá a mentira. Mentir seria dirigir a outro um enunciado falso, cujo mentiroso sabe conscientemente dessa falsidade, e o faz com objetivo de enganar, de levar esse outro a crer naquilo que é dito, dando a entender que diz a verdade.

Como dissemos, para mentir o que conta é a intenção e, voltando a Santo Agostinho, “não há mentira, apesar do que se diz, sem intenção, desejo ou vontade de enganar”. É a intenção que define se o que foi dito, verdadeiro ou falso, teve ou não o propósito de enganar. Aliás, excluindo-se o aspecto intencional de enganar que caracteriza a mentira, é mesmo muito difícil argüir se uma verdade é mais ou menos verdadeira, de forma a aceitarmos com facilidade a expressão “a verdade de cada um”. Isso é bem comentado quando estudamos as maneiras pessoais de representar a realidade, quando vimos o termo procepção.

Muitas vezes levadas pela insegurança de ser aceitas tal como são, as pessoas podem cair na tentação de enriquecer suas histórias e enaltecer suas habilidades de forma a causar uma impressão mais favorável em outras pessoas.

É assim, por exemplo, que um ladrão atribui-se mais roubos do que realmente tenha cometido para melhorar sua imagem diante dos companheiros de cadeia, ou o jovem que se vangloria de proezas sexuais muito além do que tenha feito, superando a insegurança de sentir-se pouco viril, ou a mãe que aumenta um pouco o desempenho escolar de seu filho, compensando assim o sentimento de inferioridade diante de outras mães satisfeitas com o rendimento dos filhos delas...

Além de atender diretamente as aspirações próprias, a mentira satisfaz também interesses de maneira indireta. É o caso, por exemplo, dos falsos rumores que diminuem, comprometem, execram pessoas que, de uma forma ou outra, nos ameaçam (às vezes ameaçam apenas nosso bem estar emocional). Mentir é um recurso fácil de se recorrer, sem necessidade de se passar por esforços ou penúrias, ainda que haja o permanente risco de ser descoberto.

O Mentiroso
Aprendemos desde cedo as vantagens da mentira. Ainda crianças aprendemos a dizer que a mãe não está em casa, quando ela quer evitar atender ao telefone. Cedo aprendemos os benefícios de um atestado médico forjado para comodidade de poder faltar às aulas de ginástica, e assim por diante. Ah! Não esquecendo das mentiras a que se obrigam os netos, quando os avós perguntam de quais avós gostam mais...

Mas o mentiroso também passa por dificuldades, e quanto mais cai na tentação de mentir, tanto mais difícil vai ficado controlar a abundante base de dados das versões de suas mentiras, mais difícil vai ficando garantir a coerência de suas estórias, mais necessidade de novas mentiras para encobrir as antigas.... a farsa cresce em progressão geométrica.

Não é possível para a psiquiatria estabelecer o estereótipo do mentiroso; cada caso é um caso. A maioria das pessoas se encaixa nos mentirosos fisiológicos, e a mais fisiológica das mentiras são os falsos elogios – “ora, você está sempre igual, parece não envelhecer...”. Esses mentirosos fisiológicos se servem das mentiras também para a elaboração das mais esfarrapadas desculpas – “não pude comparecer ao enterro porque uma tia minha teve que ser internada...” E o interessante é que o outro, igualmente mentiroso fisiológico, também mente, fingindo acreditar.

Diante dessa freqüência fisiologicamente humana há, naturalmente, uma tendência em banalizar a mentira, ou inocentemente classificar nossa mentirazinha cotidiana como sendo do tipo positiva, aquela que além de não prejudicar pode até ajudar pessoas (...o senhor me parece mais saudável hoje do que ontem... conheci seu filho, um jovem magnífico...), ou mentira negativa, aquela que prejudica.
Enfim, a mentira fisiológica pode até facilitar a integração social, e de tal forma que as pessoas com inata dificuldade para essas mentirinhas corriqueiras são tidas como ingênuas, socialmente pouco habilidosas, falta-lhes jeito ou, como se diz espertamente, não têm “jogo de cintura”.

Uma das razões interiores mais comuns para mentir é a insegurança ou baixa auto-estima. Como dissemos, a mentira passa ao outro uma imagem de nós próprios muito melhor do que de fato acreditamos ser. Mente-se também por razões externas, de acordo com as pressões para sucesso na vida em sociedade, por razões políticas ou até econômicas, quando o prejudicado for o fisco.

Finalmente há mentiras por razões patológicas, desde aquelas determinadas por uma personalidade problemática, até as outras, produzidas por neuroses francamente histriônicas, como é a Síndrome de Münchhausen e de Ganser.

Mentirosos contumazes, de dinâmica psíquica rica em conflitos e complexos, que representam personagens tal como fazem os atores, e refletem aquilo que gostariam de ser. Ao perderem o controle sobre o impulso de mentir o personagem criado suplanta o ego e a personalidade toda é tomada por um falso e inaltêntico ego.

Menosprezando a Realidade
Obviamente, nem todas as vezes que a realidade é falseada, distorcida, recriada ou substituída se constituirá uma mentira. Na Demência, por exemplo, a cognição é de tal forma comprometida que a pessoa relata aos outros um mundo profundamente modificado e no qual acredita, sem a intenção de ludibriar. O mesmo acontece no Delírio, seja do psicótico esquizofrênico, do delirante crônico ou do deprimido grave com sintomas psicóticos.

Aliás, desde crianças aprendemos a abstrair a realidade através dos devaneios, fantasias, fábulas. A própria literatura pode nos conduzir a um mundo apaixonante “de mentirinha”.

E como a concepção da mentira se embasa na intencionalidade, esta pode ser singela e acanhada, como é o caso de uma mentira tosca e pueril da pessoa que namora mas afirma o contrário, com o propósito de facilitar uma conquista amorosa, até uma mentira de proporções inimagináveis, como por exemplo, o falso relatório sobre a existência de um arsenal de armas de destruição em massa no Iraque, como justificativa para uma guerra igualmente de destruição em massa.

Há a mentira institucional, quando a propaganda mal intencionada tenta convencer de que toda corrupção governamental será devidamente apurada e apenada. Bem ilustra isso, Hannah Arendt, lembrando que “As mentiras sempre foram consideradas instrumentos necessários e legítimos, não somente do ofício do político ou do demagogo, mas também do estadista” (in. Derrida, 1996).

Mas não é intenção deste trabalho discorrer sobre espécies de mentiras dissimuladas em regras de convivência e sucesso social, como por exemplo, garantir que se usando tal creme cosmético haverá pronto desaparecimento de rugas, ou que esse plano de saúde realmente é melhor que os outros... Não seria adequado, aqui, atribuir ao marketing o exercício da má fé.

Mentira como sintoma de Patologias

Síndrome de Münchhausen
O hábito arraigado de mentir fantasticamente pode refletir um Transtorno da Personalidade que alguns autores chamam de “pseudologia fantástica”, que seria caracterizado por uma compulsão a fantasiar uma vida fictícia para causar grande mobilização e perplexidade em outras pessoas (Catalán, 2006), outros autores denominam de Síndrome de Münchhausen.

Nesta síndrome a pessoa não suporta a idéia dela ser comum, normal, trivial... Não. Ela tem que ser super especial, tem que ter peculiaridades completamente excepcionais e fantásticas. Essa inclinação impulsiva para a mentira reflete uma grande vontade em ser admirado, de ser digno de amor e consideração pelos demais, conseqüentemente reflete uma grande insatisfação com a real e medíocre condição existencial.

A Síndrome de Münchhausen é relativamente rara, de difícil diagnóstico, e caracterizada pela fabricação intencional ou simulação de sintomas e sinais físicos ou psicológicos sempre de natureza fantástica em um filho ou em si próprio, levando a procedimentos diagnósticos desnecessários e potencialmente danosos. Há sempre uma fraude intencional nessa síndrome.

Em 1951, Asher idealizou o termo Síndrome de Münchhausen para descrever os pacientes que produziam e apresentavam intencionalmente sintomas físicos para receber tratamento médico e hospitalar freqüente. Uma das características associadas mais freqüente era a mentira patológica, juntamente com uma vasta história de atendimentos médicos e internações hospitalares.
Depressão Grave
Alguns casos de depressão grave também podem ser acompanhados de mentiras patológicas. Nessa situação a pessoa se coloca em um verdadeiro emaranhado de estórias, desculpas e relatos que vão cada vez complicando mais a sustentação da mentira.

As mentiras iniciais na depressão têm, normalmente, o propósito de ocultar algum acontecimento que deixaria outra pessoa triste, aborrecida, decepcionada. Daí em diante, há contínua necessidade de novas mentiras para completar a primeira. Percebe-se que, consoante a preocupação do deprimido com o sentimento do outro, ele mente para poupar maiores sofrimentos desse outro, mas o resultado é sempre desastroso.

Na depressão as mentiras, ao contrário da sociopatia, são acompanhadas de importante sentimento de culpa e arrependimento.

Transtornos do Controle dos Impulsos (veja)
No Jogo Patológico, na Cleptomania, na Bulimia, na Dependência Química e outros Transtornos do Controle dos Impulsos existem muitas mentiras, cujo objetivo é ocultar um comportamento sabidamente reprovado socialmente.

Personalidade Anti-Social
O quadro mais grave onde a mentira aparece como sintoma importante é o Transtorno Anti-Social da Personalidade, ou Personalidade Psicopática. Embora qualquer pessoa possa mentir, temos de distinguir a mentira banal da mentira psicopática. O psicopata utiliza a mentira como uma ferramenta de trabalho. Normalmente está tão treinado e habilitado a mentir que é difícil captar quando mente. Ele mente olhando nos olhos e com atitude completamente neutra e relaxada.

O psicopata não mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-se de alguma situação. Ele sabe que está mentindo, não se importa, não tem vergonha ou arrependimento, muitas vezes mente sem nenhuma justificativa ou motivo.

Normalmente o psicopata diz o que convém e o que se espera para aquela circunstância. Ele pode mentir com a palavra ou com o corpo, quando simula e teatraliza situações vantajosas para ele, podendo fazer-se arrependido, ofendido, magoado, simulando tentativas de suicídio, etc.
A personalidade do psicopata é narcisística, quer ser admirado, quer ser o mais rico, mais bonito, melhor vestido. Assim, ele tenta adaptar a realidade à sua imaginação, à seu personagem do momento, de acordo com a circunstância e com sua personalidade é narcisística. Esse indivíduo pode converter-se no personagem que sua imaginação cria como adequada para atuar no meio com sucesso, propondo a todos a sensação de que estão, de fato, em frente a um personagem verdadeiro.

Retirado de:http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?art=395&sec=35

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Se o divã é tão importante, por que em Posto de Saúde não tem divã? Como é feito o tratamento então?

    


    Nos Postos de Saúde não têm divãs por duas razões: a primeira de ordem material e a segunda de ordem teórica e técnica.
   No que se refere à primeira, como é de conhecimento de todos, no Brasil se esbarra na questão da carência de recursos materiais, quando não de profissionais. Assim, entre um divã e uma máquina de autoclave, é provável que o Gestor Público adquira o segundo, tão necessária para a esterilização dos instrumentos utilizados por médicos e dentistas.

     Quanto à razão de ordem teórica e técnica se justifica, pois nem todos os psicólogos que trabalham em Postos de Saúde são psicanalistas. No entanto, a ausência do divã não impede que ocorram a transferência e a escuta analítica, uma vez que estas não são delimitadas pelo espaço físico/mobília, mas sim pela relação analista-analisante. Portanto, o que difere uma sessão particular da ambulatorial é que o corte da relação especular, que marca a entrada em análise, no consultório particular se dá com a indicação do divã. Já no ambulatório, como essa mobília normalmente está ausente, esse corte ocorre pelo desvio do olhar ou pelo virar da cadeira, indicado pelo analista, quando o paciente lhe fala de seu desconforto em falar sendo olhado. Portanto, o tratamento psicanalítico no ambulatório se dá em iguais condições que aquele do consultório privado, pois existe um que deseja escutar (o analista) e outro que demanda ser escutado (o analisante). Ademais, não se pode pensar que a transferência existe somente onde há divã. Pensar dessa forma, a meu ver, é desconsiderar a existência do inconsciente e transformar essa mobília não mais em instrumento de trabalho, mas em Totem.

A respeito do uso do divã indico como leitura: 1) FREUD. O início do Tratamento, 1913 em Obras Completas; 2) FIGUEIREDO. Vastas Confusões Atendimentos Imperfeitos, 1997. 3) QUINET. As 4 + 1 Condições da Análise, 1997; 4) MORETTO. O que pode um analista no Hospital?, 2002.

SER PSICÓLOGO




"Ser psicólogo é uma imensa responsabilidade.
Não apenas isso, é também uma notável dádiva.
Desenvolvemos o dom de usar a palavra, o olhar,
as nossas expressões, e até mesmo o silêncio.
O dom de tirar lá de dentro o melhor que temos
para cuidar, fortalecer, compreender, aliviar.

Ser psicólogo é um ofício tremendamente sério.
Mas não apenas isso, é também um grande privilégio.
Pois não há maior que o de tocar no que há de mais
precioso e sagrado em um ser humano: seu segredo,
seu medo, suas alegrias, prazeres e inquietações.

Somos psicólogos e trememos diante da constatação
de que temos instrumentos capazes de
favorecer o bem ou o mal, a construção ou a destruição.
Mas ao lado disso desfrutamos de uma inefável bênção
que é poder dar a alguém o toque, a chave que pode abrir portas
para a realização de seus mais caros e íntimos sonhos.

Quero, como psicólogo aprender a ouvir sem julgar,
ver sem me escandalizar, e sempre acreditar no bem.
Mesmo na contra-esperança, esperar.
E quando falar, ter consciência do peso da minha palavra,
do conselho, da minha sinalização.
Que as lágrimas que diante de mim rolarem,
pensamentos, declarações e esperanças testemunhadas,
sejam segredos que me acompanhem até o fim.

E que eu possa ao final ser agradecido pelo privilégio de
ter vivido para ajudar as pessoas a serem mais felizes.
O privilégio de tantas vezes ter sido único na vida de alguém que
não tinha com quem contar para dividir sua solidão,
sua angústia, seus desejos.
Alguém que sonhava ser mais feliz, e pôde comigo descobrir
que isso só começa quando a gente consegue
realmente se conhecer e se aceitar."

Trabalho do psicanalista e do psicólogo

     Muitas pessoas imaginam que o trabalho desenvolvido pelo psiquiatra, pelo psicólogo e pelo psicanalista é o mesmo. No entanto, há significativa diferença na atuação de cada um deles, e compreende a formação profissional e a teoria que fundamenta sua prática.
     O psiquiatra é um profissional graduado em medicina. Portanto, sua atuação está fundamentada nas normas do Conselho Federal de Medicina, e seu referencial teórico e técnico embasado na ciência médica. Normalmente, a condução da entrevista ou sessão se assemelha aquela prestada por um médico de qualquer outra área. Durante a consulta o psiquiatra faz uma série de questionamentos que visam diagnosticar a doença. Assim, investiga através de entrevista e exames os fatores hereditários, genéticos e históricos do paciente para enquadrar seus sinais e sintomas numa categoria diagnóstica, medicar e, se necessário, internar. Não obstante, alguns psiquiatras também se utilizam de técnicas psicoterápicas no tratamento de seus pacientes.

     O psicólogo tem formação superior em psicologia, que o torna generalista e lhe possibilita atuar em diversas áreas como a clínica, a organizacional, a educacional, a jurídica, entre outras. Comumente, após a graduação o psicólogo elege uma teoria que fundamentará sua atuação profissional. Dentre tantas podemos citar como exemplo: a Comportamental, a Gestalt, o Behaviorismo, a Psicanálise. Notadamente, o objeto de estudo e trabalho do psicólogo é o comportamento humano, que é trabalhado através da consciência. Quanto ao diagnóstico do paciente e a condução da sessão, cada teoria desenvolve seus parâmetros. No entanto, as normas éticas e legais seguidas são iguais para todos os psicólogos, e são estabelecidas pelo Conselho Federal de Psicologia.
     O psicanalista não é um profissional, pois não há regulamentação legal. Além disso, não existe uma faculdade de psicanálise que gradue psicanalistas. Tais fatos levam alguns psicanalistas a definir sua atuação como um “ofício”. E, embora não seja um ofício exclusivo das áreas médica e psicológica ocorre que, esses profissionais, o elejam com mais freqüência como suporte teórico para seu trabalho. Não obstante tal eleição, isso não os torna psicanalistas.
     Mesmo ausentes a regulamentação e a graduação, é possível a formação psicanalítica. Para isso, é imprescindível o tratamento analítico porque através dele ocorrerá a emergência ou não do desejo de escuta dos outros. Sem esse desejo de nada adianta o estudo da teoria psicanalítica, pois o tratamento dos sujeitos será vazio e insustentável. Em contrapartida, havendo o desejo de escuta, o estudo da teoria e da técnica, bem como a produção teórica auxiliarão o psicanalista no exercício do ato analítico, ou seja, da escuta psicanalítica. Como não há reconhecimento legal que o torne um profissional, o reconhecimento como psicanalista se dá, como afirma Lacan, por si próprio, pelo paciente que o põe no lugar do suposto saber* e pelo grupo de iguais.
     Outro aspecto fundamental que diferencia o psicanalista do médico e do psicólogo é a própria condução do tratamento. Na psicanálise o tratamento se dá a partir de sessões onde o paciente – analisando – fala de si. O psicanalista, por sua vez, não enquadra o analisante em uma tabela diagnóstica nem lhe fornece interpretações prontas, pois entende que cada sujeito é único e detém o próprio saber de si.

     Assim, o trabalho do psicanalista não é modificar comportamentos nem adaptar pessoas, mas sim possibilitar ao sujeito a redescoberta da constituição de sua subjetividade através da sua própria história. É um trabalho centralizado no inconsciente e no desejo do analisante, manifestados através da fala.

PARA QUE SERVE O DIVÃ?



O DIVÃ é usado por psicólogos que utilizam a abordagem psicanalítica tradicional pra tratar seus clientes. Aquela de Freud, sabe? Isso não é uma regra. Terapeutas de outras abordagens também  podem utilizar, desde que entenda os conceitos teóricos dessa técnica.
      Para a psicanálise, o divã"favorece a regressão" ou seja, ajuda a trazer à tona o passado, mas isso é uma longa história...

Por que o uso do divã no tratamento com psicanalista?
      Introduzido por Freud, o uso do divã é um recurso que possibilita a escuta do paciente sem o desconforto do olhar e ser olhado. A permanência do paciente na posição deitado favorece tanto o psicanalista como o paciente. Ao psicanalista possibilita escutar sem ser olhado. Ao analisando possibilita a fala sem inibições e sem que a expressão facial do psicanalista lhe influencie. É por essa razão que a poltrona do analista está colocada atrás do divã. Ademais, o uso do divã marca a entrada em análise, pois, ao solicitar que o analisante passe para o divã o Psicanalista indica a transição do período de entrevistas preliminares – tempo em que se define a demanda de tratamento – para a entrada em análise. Freud sustenta que o objetivo, e resultado, do uso do divã é o isolamento da transferência e impedimento de que essa se misture, imperceptivelmente, às associações do paciente (FREUD, 1913, p. 133-4).