Psicose
Psicose é um quadro psicopatológico clássico, reconhecido pela psiquiatria, pela psicologia clínica e pela psicanálise como um estado psíquico no qual se verifica certa "perda de contato com a realidade". Nos períodos de crises mais intensas podem ocorrer (variando de caso a caso) alucinações ou delírios, desorganização psíquica que inclua pensamento desorganizado e/ou paranóide, acentuada inquietude psicomotora, sensações de angústia intensa e opressão, e insônia severa. Tal é frequentemente acompanhado por uma falta de "crítica" ou de "insight" que se traduz numa incapacidade de reconhecer o carácter estranho ou bizarro do comportamento. Desta forma surgem também, nos momentos de crise, dificuldades de interação social e em cumprir normalmente as atividades de vida diária.
O delírio é toda convicção inabalável, incompreensível e absurda que um psicótico tem. O delírio pode ser proveniente de uma recordação para a qual o paciente dá uma nova interpretação, pode vir de um gesto simples realizado por qualquer pessoa como coçar a cabeça pode vir de uma idéia criada pelo próprio paciente, pode ser uma fantasia como acreditar que seres espirituais estejam enviando mensagens do além através da televisão, ou mais realistas como achar que seu sócio está roubando seu dinheiro. O delírio proveniente de eventos simples como coçar a cabeça são as percepções delirantes. Ver uma pessoa coçar a cabeça não pode significar nada, mas para um paciente delirante pode, como um sinal de que a pessoa que coçou a cabeça julga-o (paciente) homossexual. Quando a idéia é muito absurda é fácil ver que se trata de um delírio, mas quando é plausível é necessário examinar a forma como o paciente pratica a idéia que defende. O exemplo do vizinho acima citado também é um delírio. A constatação de um delírio não é tarefa para leigos, nem mesmo os clínicos gerais estão habilitados para isso; somente os psiquiatras e profissionais da área de saúde mental.
Mais esclarecimentos sobre um psicótico
Quando o paciente está fora de um período de crise, ele tem condições de tomar conta de si mesmo, vivendo praticamente de uma forma normal, alimentando sonhos, expectativas, desejos e até se relacionando bem com os outros. Ao surtar, porém, ele parece se transportar para um universo fantasioso, no qual tudo é possível e as contradições convivem sem problema algum. Isto ocorre geralmente, quando a pessoa está sob pressão, estressada por fatores físicos ou relacionada ao funcionamento do sistema nervoso.
Algumas pessoas podem também atravessar períodos alucinatórios, sem que isso se transforme em uma psicose duradoura. Esta experiência pode ser vivenciada como um êxtase religioso ou uma inspiração artística mais intensa, percebida como um estado alterado da consciência. De acordo com o DSM – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders -, manual de diagnósticos norte-americano, este transtorno não é considerado como uma doença. Ele classifica este distúrbio em duas categorias – a funcional, que abrange a esquizofrenia e doenças de natureza afetiva; e a orgânica, conseqüência de demências ou de intoxicações.
Assim, a psicose tanto pode ser provocada por uma herança genética, quanto por eventos contextuais, psicossociais, com prejuízos no poder de comunicação e de interação com o outro, no campo afetivo, na esfera mnemônica, na razão, no pensamento, no uso da linguagem, entre outros. Nos casos mais radicais, o paciente perde o contato consigo mesmo, e então precisa de alguém que lhe dê os cuidados básicos, que ele não consegue mais suprir.
Os psicóticos podem, dependendo da intensidade do problema, causar perigo a si mesmo, pois percebem o real de uma forma distorcida, e atuam com base nesta ilusão. Ele também não tem uma clara percepção de si mesmo, do seu contexto, da própria dimensão temporal. Seus sentimentos vão da indiferença à depressão, do medo à raiva. Para Lacan, a eterna falta que caracteriza todo indivíduo, que se tenta suprir ao longo da vida, pode estar na raiz do comportamento psicótico, uma vez que, neste caso, o ser carece de uma conexão que o ligue ao real, justamente o ato da castração simbólica, processo pelo qual este paciente não passou em sua mente.
Exemplos de Filmes sobre Psicose
Abismo do medo 2
Herança Maldita
Sede de Sangue
Flashes de uma Psicose
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