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Ana Cleide L.Lima,aluna de psicologia.Sinta-se à vontade aqui no meu cantinho e não esqueça de deixar um recadinho com o nome do seu blog ou e-mail pra que eu possa retribuir a visita. Volte sempre!

domingo, 11 de março de 2012

Entendendo a Perversão
          Freud não se limita a definir a como a negação do instinto, pois, salienta que a predisposição à perversão é característica da sexualidade humana. Nesse sentido, afirma que toda criança é estruturalmente perversa. O perverso nesse sentido seria aquele que não abre mão do poder. É no momento da conscientização de que existe uma “falta (ou seja, não é possível exercer o poder sobre tudo ou todos), que o indivíduo tenta substituir está necessidade de dominar propondo a si mesmo ser o objeto que preenche esta falta (que exerce o poder).
     Lacan afirma que a perversão surge como uma defesa contra a angústia de ser despojado do poder, quando a criança se coloca como objeto que preenche a falta do Outro (este outro pode ser sua mãe ou quem desempenha o papel cuidador, nutridor).
     A gênese da perversão, nesse sentido, está vinculada ao complexo de castração. O perverso se faz objeto a serviço do prazer do Outro. Ele, contrariamente ao neurótico não se vitima e nem se anula frente ás exigências da vida; ao contrário, se torna o instrumento de ação e punição, torna-se o vingador.
     Ao perceber que a mãe fragilizada, por exemplo, se anula diante da vida, do marido, da sociedade, dos seus desejos e sonhos o perverso se torna o instrumento contestador, revelador, expositor da submissão alheia e faz isso de forma conflituosa, ameaçadora e transgressora. Assim, ao mesmo tempo em que recolher a impotência do seu cuidador se torna vingador em defesa dele (a este duplo e simultâneo sentimento, Freud irá chamar de “renegação ou verleugnung”). Valendo-se de um comportamento tirânico, busca triunfar sobre as situações ameaçadoras que impede o Outro de ser quem realmente é.
     Deste modo, nasce no perverso à necessidade do “fetiche” como um mecanismo de defesa que atenua a angústia (de castração). O fetiche vem tomar lugar do poder (do falo) perdido. Quando o perverso tem que se deparar com a privação materna, ele elege um elemento imaginário, o fetiche, que vem  a ocupar ou substituir o poder perdido pela mãe. Simbolicamente, se o fetiche está ali é porque a mãe não perdeu seu lugar, seu poder, sua individualidade. Por isso, o fetiche adquire um alto grau de valorização para o perverso já que  vai servir como proteção contra o horror à ameaça da perda e ao mesmo tempo, sustentar a ilusão do poder. No entanto, este é um equilíbrio frágil que pode se partir a qualquer momento produzindo graves sintomas, pois a, solução perversa revela-se também um falso triunfo sobre a perda do poder e sobre o pai que supostamente é responsabilizado pela submissão materna. Assim, o perverso não faz mais do que tentar enfraquecer e minimizar a importância de ambos em sua vida. È como se disse: “nesta disputa entre vocês, eu consigo sobreviver sozinho”.
     O perverso vai estar condenado a provar que pode triunfar e humilhar seu pai (que na verdade se revela um pai omisso e distante). A erotização é, portanto, uma tentativa desesperada de triunfar para aplacar a angústia da suposta ameaça que o pai representa à mãe desprotegida, por isso, o perverso è levado a fantasiar suas vivências. A compulsão da sexualidade perversa trata-se de uma encenação que possibilita o controle e erotização das relações interpessoais. Freud afirma que é na transgressão dessas crianças que certas vivências, sobre as quais elas não têm domínio, podem ser elaboradas e superadas. Nestas fantasias infantis, a encenação é movida pelo prazer e na atitude e sexualidade perversas, pela necessidade.  

sábado, 10 de março de 2012


Psicose

Psicose é um quadro psicopatológico clássico, reconhecido pela psiquiatria, pela psicologia clínica e pela psicanálise como um estado psíquico no qual se verifica certa "perda de contato com a realidade". Nos períodos de crises mais intensas podem ocorrer (variando de caso a caso) alucinações ou delírios, desorganização psíquica que inclua pensamento desorganizado e/ou paranóide, acentuada inquietude psicomotora, sensações de angústia intensa e opressão, e insônia severa. Tal é frequentemente acompanhado por uma falta de "crítica" ou de "insight" que se traduz numa incapacidade de reconhecer o carácter estranho ou bizarro do comportamento. Desta forma surgem também, nos momentos de crise, dificuldades de interação social e em cumprir normalmente as atividades de vida diária.


Delírio, o principal sintoma

     O delírio é toda convicção inabalável, incompreensível e absurda que um psicótico tem. O delírio pode ser proveniente de uma recordação para a qual o paciente dá uma nova interpretação, pode vir de um gesto simples realizado por qualquer pessoa como coçar a cabeça pode vir de uma idéia criada pelo próprio paciente, pode ser uma fantasia como acreditar que seres espirituais estejam enviando mensagens do além através da televisão, ou mais realistas como achar que seu sócio está roubando seu dinheiro. O delírio proveniente de eventos simples como coçar a cabeça são as percepções delirantes. Ver uma pessoa coçar a cabeça não pode significar nada, mas para um paciente delirante pode, como um sinal de que a pessoa que coçou a cabeça julga-o (paciente) homossexual. Quando a idéia é muito absurda é fácil ver que se trata de um delírio, mas quando é plausível é necessário examinar a forma como o paciente pratica a idéia que defende. O exemplo do vizinho acima citado também é um delírio. A constatação de um delírio não é tarefa para leigos, nem mesmo os clínicos gerais estão habilitados para isso; somente os psiquiatras e profissionais da área de saúde mental.
Mais  esclarecimentos sobre um psicótico
     Quando o paciente está fora de um período de crise, ele tem condições de tomar conta de si mesmo, vivendo praticamente de uma forma normal, alimentando sonhos, expectativas, desejos e até se relacionando bem com os outros. Ao surtar, porém, ele parece se transportar para um universo fantasioso, no qual tudo é possível e as contradições convivem sem problema algum. Isto ocorre geralmente, quando a pessoa está sob pressão, estressada por fatores físicos ou relacionada ao funcionamento do sistema nervoso.
     Algumas pessoas podem também atravessar períodos alucinatórios, sem que isso se transforme em uma psicose duradoura. Esta experiência pode ser vivenciada como um êxtase religioso ou uma inspiração artística mais intensa, percebida como um estado alterado da consciência. De acordo com o DSM – Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders -, manual de diagnósticos norte-americano, este transtorno não é considerado como uma doença. Ele classifica este distúrbio em duas categorias – a funcional, que abrange a esquizofrenia e doenças de natureza afetiva; e a orgânica, conseqüência de demências ou de intoxicações.
     Assim, a psicose tanto pode ser provocada por uma herança genética, quanto por eventos contextuais, psicossociais, com prejuízos no poder de comunicação e de interação com o outro, no campo afetivo, na esfera mnemônica, na razão, no pensamento, no uso da linguagem, entre outros. Nos casos mais radicais, o paciente perde o contato consigo mesmo, e então precisa de alguém que lhe dê os cuidados básicos, que ele não consegue mais suprir.
     Os psicóticos podem, dependendo da intensidade do problema, causar perigo a si mesmo, pois percebem o real de uma forma distorcida, e atuam com base nesta ilusão. Ele também não tem uma clara percepção de si mesmo, do seu contexto, da própria dimensão temporal. Seus sentimentos vão da indiferença à depressão, do medo à raiva. Para Lacan, a eterna falta que caracteriza todo indivíduo, que se tenta suprir ao longo da vida, pode estar na raiz do comportamento psicótico, uma vez que, neste caso, o ser carece de uma conexão que o ligue ao real, justamente o ato da castração simbólica, processo pelo qual este paciente não passou em sua mente.
Exemplos de Filmes sobre Psicose

Abismo do medo 2
Herança Maldita
Sede de Sangue
Flashes de uma Psicose