Saiba mais sobre um dos fundamentos da teoria psicanalítica,onde terá varias etapas sobre o assunto espero que vocês gostem. Iniciarei com conceito de Complexo de Édipo e como inicia.
Parte I
Base do pensamento freudiano, o Complexo de Édipo é uma metáfora simbólica das pulsões e instintos primários da formação infantil.
"As relações do filho com sua mãe são para ele uma fonte contínua de excitação e satisfação sexual, a qual mais ela lhe der provas de sentimentos que derivem de sua própria vida sexual, beijá-lo, niná-lo, considerá-lo substituto de um objeto sexual completo. Seria provável que uma mãe ficasse bastante surpresa se lhe dissessem que assim ela desperta, com suas ternuras, a pulsão sexual do filho. Ela acha que seus gestos demonstram um amor assexual e puro, em que a sexualidade não desempenha papel algum, uma vez que ela evita excitar os órgãos sexuais do filho mais que o exigido pelos cuidados corporais. Mas a pulsão sexual, como sabemos, não é despertada apenas pela excitação da zona genital; a ternura também pode ser muito excitante."
Sigmund Freud
O primeiro objeto de amor, tanto dos meninos, quanto das meninas, é a mãe. O bebê possui um desejo extremamente forte de permanecer a maior tempo possível ligado a ela, pois desse estreito vínculo com a mãe ele obtém proteção,cuidados e carinho. Isto lhe garante a sobrevivência e suas primeiras experiências de prazer sexual: no ato de mamar, no contato "pele a pele" e nos frequentes cuidados com a higiene que estimulam as regiões anal e genital.
É desse estreito contato com a mãe que nasce o Complexo de Édipo. Este desejo de simbiose vai em direção ao outro, em direção aos pais, para neles encontrar prazer, simplesmente porque esses pais estão ao alcance das mãos. São eles os responsáveis pelos cuidados com a criança e é com eles que a criança experimenta pela primeira vez o contato corporal. É a primeira vez na vida que a criança se depara com o desejo erótico aqui, longe de ser aquele fantasiado na vida adulta. A sexualidade da criança, imatura e ainda sem consciência, busca um prazer pelo prazer.
Antes de isso ocorrer, a criança não conhecia ainda tal afloração dos sentidos e nunca tinha sentido desejo tão impetuoso. Mas é esse desejo que nos leva ao impulso de procurar prazer no contato com o outro. Neste aspecto, todo desejo é um desejo sexual. Sexual quer dizer mais que genital. Quer dizer que o desejo procura satisfação nos pais: no olhar, no tocar, no sentir, no beijar e até no machucar.
A criança sexualiza os pais introduzindo-os em suas fantasias como objetos de desejo e imitando, sem pudor nem senso moral, seus gestos sexuais de adultos. O Édipo constitui a nossa identidade sexual de homem e mulher, pois é durante esta fase que a criança sente pela primeira vez um desejo em relação ao genitor do sexo oposto.
Ao mesmo tempo em que a criança edipiana fica feliz ao desejar e obter prazer, tudo isso a assusta, pois ela se vê obrigada a lidar com um impulso forte demais. A crise edipiana é um insuportavél conflito entre o prazer erótico e o medo do desejo.
Dividida entre a alegria e a angústia, a criança não tem outra saída senão usar um mecanismo de defesa, que é o recalque. Então a criança para de tomar seus pais por parceiros sexuais e torna-se disponível para conqustar novos e legítimos objetos de desejo.
O medo apresenta então duas faces: ao mesmo tempo em que impede a criança de obter prazer, move a criança a sair do Complexo de Édipo, buscando limitar seus impulsos e se apoiando para isso na Lei do interdito do incesto, que ordena que não tome mais seus pais por objetos sexuais se quiser se inserir na sociedade. É a primeira vez que a criança tem que acalmar seu desejo selvagem e torná-lo um desejo socializado.